sexta-feira, 12 de agosto de 2011


A doutrina das últimas coisas (escatologia) (parte1)


 Autor  Professor e Presbítero Jânio Santos de Oliveira


As dou­tri­nas fun­da­men­tais, que devem ser conhe­ci­das por todos os cris­tãos, cons­tam em toda a Sagrada Escri­tura, “que é divi­na­mente ins­pi­rada e pro­vei­tosa para ensi­nar, para repre­en­der, para cor­ri­gir, para ins­truir em jus­tiça, para que o homem de Deus seja per­feito e per­fei­ta­mente ins­truído para toda a boa obra” (2 Tm. 3.16,17) são:

1. Bibli­o­lo­gia é o estudo da for­ma­ção e carác­ter das Escri­tu­ras; sua reve­la­ção e ins­pi­ra­ção, seu cânon, sua vera­ci­dade e auto­ri­dade, suas divi­sões e men­sa­gem.
2. Teo­lo­gia é o estudo dos assun­tos refe­ren­tes à natu­reza, ao carác­ter e às obras de Deus.
3. Ange­lo­lo­gia é o estudo refe­rente à natu­reza e ação dos anjos, inclu­sive os rebel­des.
4. Antro­po­lo­gia é o estudo dos assun­tos refe­ren­tes ao homem e seu rela­ci­o­na­mento com Deus.
5. Hamar­ti­o­lo­gia é o estudo refe­rente à ori­gem, exten­são e conseqüências do pecado.
6. Sote­ri­o­lo­gia é o estudo a res­peito dos vários aspec­tos da sal­va­ção.
7. Cris­to­lo­gia é o estudo acerca de Cristo; sua natu­reza, seu carác­ter e suas obras.
8. Ecle­si­o­lo­gia é o estudo da natu­reza, orga­ni­za­ção, e mis­são da Igreja.
9. Pneu­ma­to­lo­gia é o estudo da per­so­na­li­dade e obra do Espi­rito Santo.
10. Esca­to­lo­gia é o estudo das últi­mas coi­sas à luz das pro­fe­cias.
 
Apesar de ser bem vasta esta área das doutrinas fundamentais, no entanto neste sintético estudo estaremos abordando apenas a escatologia que é a doutrina das últimas coisas. Vamos acompanhar:
VEJA COMO SE DARÁ A SEQUÊNCIA DOS EVENTOS ESCATOLÓGICOS
1.      RAPTO DA IGREJA (ARREBATAMENTO)
2.      JULGAMENTO DA IGREJA NO TRIBUNAL DE CRISTO
3.      AS BODAS DO CORDEIRO
4.      RETIRADA DAQUELE QUE RESTRINGE O PECADO
5.      SURGIMENTO DO ANTICRISTO NO CENÁRIO MUNDIAL
6.      SURGIMENTO DO FALSO PROFETA
7.      O PACTO DE 7 ANOS DO ANTICRISTO COM ISRAEL
8.      OS JUÍZOS DO CÉU SOB OS SETE SELOS DE AP.6
9.      AS DUAS TESTEMUNHAS E SUA MISSÃO NOS 3 ½ ANOS
10.  144.000 JUDEUS SALVOS EM ISRAEL
11.  O ANTICRISTO NO BLOCO DE 10 NAÇÕES
12.  O BLOCO DE NAÇÕES DO NORTE – GOGUE E MAGOGUE
13.  A FALSA IGREJA MUNDIAL
14.  A PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO
15.  GOGUE E MAGOGUE INVADEM ISRAEL
16.  O ANTICRISTO ROMPERÁ O SEU ACORDO COM ISRAEL
17.  IGREJA FALSA MUNDIAL DESTRUIDA PELO ANTICRISTO
18.  OS JUDEUS SERÃO MARTIRIZADOS
19.  JUÍZOS SOBRE A TERRA SOBRE AS SETE TROMBETAS
20.  ISRAELITAS FIEIS FUGIRÃO PARA OS MONTES
21.  JUÍZOS SOBRE A TERRA SOB AS SETE TAÇAS
22.  A QUASE DESTRUIÇÃO DE ISRAEL
23.  EVENTOS GEOFÍSICOS
24.  JULGAMENTO DAS NAÇÕES VIVENTES
25.  DERROTA DO ANTICRISTO E DO FALSO PROFETA
26.  O REMANESCENTE JUDAICO
27.  SATANÁS APRISIONADO
28.  O REINO MILENAR DE CRISTO
29.  O FINAL DA CARREIRA DE SATANÁS
30.  O JUÍZO FINAL – ( JUÍZO DO GRANDE TRONO BRANCO )
31.  NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

Uma rápida análise de Mateus 24.1-14
Esses versículos falam de “guerras e rumores de guerras” (v. 6); “fomes e terremotos” (v. 7);  tribulação, martírio, traição, ódio, falsos profetas e corrupção (vv. 9-12).
 Apesar daquilo que alguns ensinam atualmente, os versículos de 4 - 14 só podem ser escatológicos e, por vários motivos, só podem estar se referindo aos acontecimentos da primeira metade da Tribulação. As condições descritas precisam ser entendidas como julgamentos divinos e não como desastres “naturais”, seguindo o padrão de revelação estabelecido no Velho Testamento. Jesus disse que  “...tudo isto é o princípio das dores [literalmente, “dores de parto”] (v. 8). No Velho Testamento a palavra hebraica para “dores de parto” é usada pelos profetas para simbolizar as terríveis calamidades associadas ao Dia do Senhor (Is 21.3; Is 26.17-18; Is 66.7; Jr 4.31; Mq 4.10), particularmente ao “tempo da angústia de Jacó” (Jr 30.6-7), ao qual Jesus faz referência em Mateus 24.21, quando descreve a Grande Tribulação.
 Muitos judeus, nos dias do Segundo Templo, esperavam um tempo de sofrimentos imediatamente antes do fim. A seita judaica de Qumran (os essênios –  atribuía a essa angústia “dores, como de parto”.
         Igualmente, o judaísmo rabínico cita as “dores de parto (em hebraico, chavalim) [relacionadas à vinda] do Messias” como uma série de convulsões globais que anteciparão a Era Messiânica. No Talmude, a lista dessas condições desastrosas (espirituais, morais, políticas, sociais e ecológicas – que caracterizam “a geração em que virá o Filho de Davi”, Sanhedrin 97a) em muito se assemelha à lista de Mateus 24.4-14.
         Como o Novo Testamento indica que a Igreja não enfrentará o juízo preparado por Deus para o Dia do Senhor (1 Ts 5.9; Ap 3.10), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

         Em segundo lugar, Jesus declarou que esses acontecimentos não seriam “o final” do juízo, mas apenas “o princípio” (v. 8). As dores iniciais serão seguidas de dores mais intensas, no clímax do parto. Como a Tribulação não virá imediatamente após o Arrebatamento da Igreja, pois seu início está previsto para o começo da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

         O maior argumento de que esses versículos se referem ao contexto da Tribulação surge na comparação dos mesmos (vv. 4-14) com os cinco primeiros selos de juízo em Apocalipse 6 (confira o Quadro 1).
         Essas condições paralelas demonstram que, assim como os selos de Apocalipse 6 são seguidos pelo juízo mais intenso das trombetas e das taças, o “princípio das dores” descrito em Mateus 24.4-14 vem seguido das “dores de parto finais”, mais intensas, descritas em Mateus 24.15-26, que culminarão na vinda do Messias (vv. 27-31).
         Além disso, o próprio Senhor Jesus fez referência à profecia da 70ª Semana de Daniel:

“Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24.15-16).

         Tanto Mateus quanto Marcos (Mc 13.14) apontam o texto de Daniel para esclarecimento da profecia feita no Monte das Oliveiras. Conclui-se que Jesus usa a profecia da 70ª Semana de Daniel como patamar para os eventos cronológicos apresentados em resposta às perguntas dos discípulos. Isso também acontece na seção de juízos do livro do Apocalipse (capítulos 4-19), onde Jesus, o Autor da visão recebida pelo apóstolo João (Ap 1.1), concede-a com divisões estruturalmente semelhantes à 70ª Semana de Daniel.
          Colocando os textos lado a lado (veja o Quadro 2), descobrimos que o “princípio das dores” de Mateus 24.4-14 se ajusta ao juízo dos selos de Apocalipse 4-6, aonde ambos (1) focalizam eventos terrenos; (2) cabem na primeira metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27a); e (3) culminam na profanação do Templo (o “abominável da desolação”) tanto em Mateus 24.15 quanto em Marcos 13.14, o ponto central da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b).
         Em seguida, os eventos intensificam-se e conduzem às dores de parto finais de Mateus 24.16-26, que (1) identificam-se com Apocalipse 7-19, (2) enfocam a dimensão celestial, e (3) culminam no surgimento do “sinal” celestial, que anuncia a vinda do Messias para julgar o mundo (Mt 24.27-31; Ap 19). Esses acontecimentos cabem na segunda metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b), que termina na destruição do desolador do Templo (“o príncipe, que há de vir”, o Anticristo, Dn 9.26).
         Se os versículos de Mateus 24.4-14 predizem sinais da futura Tribulação e tratam principalmente do povo judeu nesse período, seu cumprimento não pode estar no passado, especificamente, na queda de Jerusalém em 70 d.C. Ao comparar os eventos descritos nos versículos torna-se evidente que eles não se identificam com fatos históricos do primeiro século.
         A passagem descreve guerras entre diferentes nações e reinos, não apenas entre uma única nação (Roma) e Israel, como aconteceu na Primeira Revolta do povo judeu contra Roma (66-74 d.C.).
          As Escrituras também dizem que muitos se levantarão dizendo ser o Cristo (Messias). Mas não existe evidência histórica de alguém que se declarasse messias no primeiro século, até Simão Bar-Kokhba (135 d.C.), um único indivíduo.
         Esses sinais também não devem ser usados pela Igreja “como sinais dos tempos”, apontando a aproximação da volta do Senhor. Muitos cristãos têm usado o aparente aumento de terremotos, apostasia na Igreja, e o declínio moral generalizado da sociedade como indicadores de estarmos rapidamente nos aproximando do Arrebatamento e dos últimos dias. Contudo, o Arrebatamento não será precedido por sinais; e como as dores de parto somente começarão quando Israel entrar no “tempo da angústia de Jacó” (e não sabemos quanto tempo isso levará depois do Arrebatamento), devemos usar de cautela ao tentar prever a aproximação de eventos escatológicos, baseando-nos na presença dessas condições na era presente.
         Na Era da Igreja, essas condições gerais (apresentadas em 1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-9; 1 Jo 2.18; 1 Jo 4.1-3) servem de alerta quanto a estarmos “nos últimos dias”. Mas durante a Tribulação, as condições dos versículos 4-14 serão sinais específicos dos tempos finais, e os judeus convertidos poderão localizar-se dentro da 70ª Semana e perseverar até o final da Tribulação: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” – literalmente liberto do cárcere, quando da vinda do Messias (v. 13).


         Serão esses sinais – especialmente o acontecimento descrito no versículo 15, “o abominável da desolação” – que permitirão aos santos da Tribulação perseverarem física e espiritualmente enquanto esperam a libertação prometida para o final da 70ª Semana de Daniel.



      


1.      UM PREÂMBULO DA MATÉRIA


“Escatologia” é vocábulo grego, e designa o estudo ou tratado dos eventos que estão para acontecer, quanto ao fim do mundo. Em resumo, é o estudo das últimas coisas. É a parte da Teologia que trata dos fins últimos do Universo: Céu, Terra, e tudo quanto neles há: o homem, os anjos, o diabo, os demônios, etc.
As Escrituras Sagradas nos descrevem o futuro com precisão. Sabemos disso porque ela já o fez várias vezes. Ela nunca falhou em suas previsões. Eis algumas dessas antevisões: O tempo que Israel habitaria no Egito (Gn 15:13); que José, filho de Jacó, seria um grande estadista (Gn 37:5-11); que Jesus nasceria de uma mulher (Gn 3:15) virgem (Is 7:14) em Belém (Mq 5:2), o que, como todos nós sabemos, cumpriu-se fielmente (Mt 2:4-6). Ela previu, cerca de 1000 anos antes do nascimento de Jesus, que este teria Suas mãos e pés transpassados (Sl 22:16), etc. E, como não ignoramos, todas estas profecias se cumpriram fielmente.
Lembremo-nos que não sabemos tudo (1Co 13.9). Aliás, quando reconhecemos nossa ignorância, estamos sendo mais realistas do que humildes. Este conhecimento me levou a duas conclusões: 1ª) Não sou capaz de esgotar este assunto. Nem mesmo uma obra enciclopédica (o que não é o caso deste opúsculo), elaborada por teólogos mais capazes do que este autor, conteria todas as informações escatológicas, dando a última palavra sobre este tão importante assunto; 2ª) Já que não sabemos tudo, a avidez pelo saber deve nos impulsionar a constantes e diligentes estudos. Devemos madrugar em busca da sabedoria (Pv 8.17), para sermos mais úteis aos nossos ouvintes (Ec 12.9).
Deus prometeu nos revelar coisas grandes e firmes (ou ocultas) se clamarmos a Ele (Jr 33.3). É Jesus quem abre o nosso entendimento para entendermos as Escrituras (Lc 24:45). E Ele o faz pelo Seu Espírito Santo (Pv 1:23). Oremos, pois, ao Senhor, suplicando Sua luz.
A curiosidade é inerente a todo ser humano. Quem não é curioso já morreu. É graças à curiosidade que nos é própria, que materializamos o sucesso tecnológico e científico que ora presenciamos. Quer através da Bíblia, quer não, é raro encontrarmos alguém que não gostaria de saber o que o futuro reserva à Humanidade. Espero que este dom natural, que nos é próprio, nos seja aguçado, na busca pelo saber do que Deus revelou nas páginas da Bíblia.
A prova de que Deus quer que saibamos o futuro da Igreja, de Israel, dos gentios, do diabo, dos anjos caídos, da Terra, etc., é o fato de Ele no-lo ter revelada nas páginas da Bíblia. E, se Deus o quer, então é bom, importante e necessário.
Deus não quer que saibamos tudo, como, por exemplo, o dia e a hora da vinda de Jesus (Mt 24:36; At 2.7). Mas Ele quer, entre entras coisas, que saibamos que Jesus virá nos arrebatar ao Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:13-18). Sim, Deus quis nos revelar o futuro, e o fez através do Livro de Sua autoria - a Bíblia. Urge, portanto, que a consultemos, estudemos e descubramos o que Ele nos revelou nas páginas de Seu compêndio.
Uma boa parte da Bíblia cuida do futuro da Terra, dos Céus (demais corpos celestes), do povo de Deus, etc. Logo, a fonte é farta. Estudemos, pois, este tema com afinco e perspicácia.
Sendo sempre fiel, além de provar que de fato é a Palavra de Deus, a Bíblia conquistou nossa confiança, por cujo motivo nos interessa saber o que ela tem a nos dizer sobre o futuro.
É esquisito viajar sem saber para onde se está indo, porque está se indo, bem como ignorando o que se fará ao chegar ao destino final. E, mais esquisito ainda, é nem querer saber. E tal é aquele que não quer saber de estudar Escatologia.
Todos nós, cristão bíblicos, temos algum conhecimento escatológico. Por exemplo, todos sabemos que: a) o nosso destino é a Pátria Celestial que Jesus preparou para nós, e que Ele um dia virá para nos arrebatar ao Céu; b) as almas dos mortos salvos estão no Paraíso; c)  as almas dos que morreram perdidos estão no Inferno; d) todos os mortos serão ressuscitados; e) haverá o Juízo Final; etc. Saber estas coisas é ter algum conhecimento escatológico, ainda que rudimentarmente.
      Embora a Escatologia trate especificamente da consumação do tempo e da história, ela não é apenas prospectiva, mas retrospectiva também. Tal se dá porque só quem conhece o passado pode entender o presente e prever o futuro. Se a Escatologia considera o futuro, então ela não pode menosprezar o presente, nem ignorar o passado. O porquê disso é que o presente é o futuro do passado. Muitas das antevisões do passado, previstas para um futuro tão distante, estão se cumprindo em nossos dias. Outras já se cumpriram há milênios. Isto prova que já é futuro. Aliás, quando não o foi? Sim, o passado já foi o futuro, do passado que o antecedeu, e o mesmo podemos dizer do presente. E este, por sua vez, será o passado do futuro.
Não é exorbitante afirmarmos que a Escatologia, além de retrospectiva e prospectiva é, também, introspectiva. Se ao fecharmos nossos olhos e olharmos para dentro de nós mesmos, detectarmos que o nosso amor está esfriando, temos aí um forte indício de que a “epidemia” do egoísmo, prevista para os últimos dias, está tão presente que até já nos vitimou; o que pode indicar que estamos vivendo um momento escatológico que não pode passar por desapercebido.

1) Os eventos escatológicos em ordem cronológica;

2) Quem herdará a Terra?

3) O Universo será todo habitado?

4) Que faremos na eternidade?

5) As duas ressurreições.

6) Que pregam as diversas correntes escatológicas?

Se o exposto aqui é ou não ortodoxo segundo a Bíblia, vai depender do ponto de vista do leitor, é claro; mas ninguém poderá dizer que o pensamento aqui exarado não reflete uma posição escatológica defendida por inúmeros compêndios escatológicos, elaborados por teólogos reconhecidamente evangélicos.

II. CRONOLOGIA DOS EVENTOS ESCATOLÓGICOS





OLIVEIRA, João. O milênio. Rio de Janeiro: CPAD. 1980.

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de. As grandes doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro:
        CPAD. 7 ed. 2003.

OLSON, N. Lawrence. O plano divino através dos séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 8
        ed. 1986.”


       A Bíblia afirma que os principais acontecimentos escatológicos, se darão na seguinte ordem:

       Jesus virá outra vez e, então, nos levará para o Céu (Jo 14:1-3; 1Ts 4:16,17; 1Co 15.51,52; Hb 9.28, etc.);

       (Mt 24:21,22). Uma das provas bíblicas de que a grande tribulação ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, é o que consta de Ap 3:10b. Segundo esta referência, a Igreja será guardada da hora da tentação que está por vir, e não na hora. Sim, se haverá uma tribulação tal, qual nunca houve (Mt 24:21; Mc 13:19), e a Igreja não passará por ela (Ap 3:10), fica subentendido que seremos arrebatados antes.

       É exatamente porque a Igreja não passará pela Grande Tribulação, que a Bíblia diz que quando Cristo voltar, nós desceremos com Ele (Cl 3:4; Jd 14; Zc 14:5). Nesse dia se concretizará o tão comentado Armagedom (Ap 16:13-16), que é o seguinte: Durante a Grande Tribulação, todas as nações do mundo (Zc 14:2a), sob a influência demoníaca (Ap 16:13-14), se aliarão ao Anticristo, e seus exércitos se congregarão no lugar que na língua hebraica se chama Armagedom (Ap 16:16), para guerrear contra os judeus (Zc 14:2a), os quais muito sofrerão (Zc 14:2b). Em meio a essa sangrenta batalha “aparecerá no céu o sinal” _ provavelmente algum sinal misterioso proveniente de Deus_ “do Filho do homem” (Mt 24.29,30). Por razões que nós desconhecemos, mas talvez por pensarem tratar-se duma manifestação inimiga, os referidos exércitos vão contra–atacar (Ap 19:19), mas serão derrotados, visto tratar-se da manifestação do invencível Filho de Deus, o qual descerá do Céu, trazendo consigo anjos (Mt 24:31) e também a Igreja previamente arrebatada (Ap 19:14 comparado com o versículo 8; Zc 14:5c; Jd 14), os matará (Ap 19:21a), e seus corpos servirão de alimento às aves de rapina (Ap 19:17, 18 e 21b). Eis o ARMAGEDOM.
A manifestação de Jesus em glória, da qual trata Mt 24:29-30, não pode ser confundida com o evento do qual trata Jo 14:3 e 1Ts 4.16,17. Estas duas últimas referências bíblicas cuidam do arrebatamento da Igreja, a qual, como já vimos, será antes da grande tribulação. Mas Mt 24:29,30 diz textualmente que é “depois da aflição daqueles dias” que aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória. Tal se dá porque a segunda vinda de Jesus tem duas fases: na primeira Ele virá só para “os que o esperam para a salvação” (Hb 9.28), mas na segunda Ele aparecerá a todos (Mt 24.29,30; Ap 1:7; At 1:11);

       No dia em que se concretizar o Armagedom, as nações serão julgadas (Mt 25:31-33). O que terá seu peso verificado na “balança”, será o tratamento que estas nações terão dispensado aos Judeus durante a Grande Tribulação (Mt 25:34-46). Veja o leitor que as pessoas que ouvirão o “vinde”, não são os “irmãos” de Jesus, e sim, pessoas que haviam usado de bondade para com os “irmãos” (Mt 25:40). Logo, as “ovelhas” e os “irmãos” são distintos, isto é, um não é o outro. Sim, o texto ora em lide, que é Mt 25:31-46, nos fala de três grupos distintos: os irmãos de Jesus, as ovelhas, e os bodes. As “ovelhas” não são “os irmãos”, já que ninguém pode ser recompensado por ter usado de bondade para consigo mesmo. Então, quem são eles? Resposta: Os irmãos são os judeus; as ovelhas são os gentios que usarão de bondade para com os judeus durante a grande tribulação; e os cabritos são os gentios que não serão benévolos para com os judeus, durante a grande tribulação.
Não confunda o Juízo das Nações com o Juízo Final. Este será após o Milênio, mas aquele, antes.
O leitor já deve ter percebido que o juízo das nações terá lugar após o Armagedom. Sim, imediatamente após o Armagedom, o Senhor Jesus Cristo congregará diante de Si as nações; apartará os homens uns dos outros, como o pastor aparta as ovelhas dos bodes; porá as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda; dirá às ovelhas que se acheguem a Ele, para receberem o reino que lhes está preparado desde a fundação do mundo, e dirá aos bodes para se apartarem dEle para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25:31-46).
Se nesse dia os “bodes” irão para o fogo eterno, é de se esperar que o Anticristo e o falso profeta também irão, pois eles “bodes” são (Ap 19:20). Nesse dia o diabo não será lançado no mesmo lugar em que serão precipitados os bodes, o anticristo e o falso profeta, mas sim, no mais profundo abismo existente no Seol (Is 14:14, 15; Ap 20:3 a; Lc 8.31; 16:26, etc.) onde não “passará” a eternidade, mas apenas mil anos (Ap 20:1-3,7). Veja o leitor que Is14:15 diz textualmente que o diabo será levado “ao Seol, ao mais profundo do abismo”. Esta profecia se cumprirá logo após o Armagedom;

       Tão logo o Senhor: a) destrua os exércitos inimigos de Israel no Armagedom; b) julgue as nações; c) lance os “bodes”, a “besta” e o falso profeta no lago de fogo; d) e prenda o diabo por mil anos, convidará a Si as Suas ovelhas, a fim de que estas possuam por herança o Reino, iniciando-se assim o período áureo do Reino milenar de nosso Senhor. Isaías 11:6-9; e 65:20-25 tratam deste período. Eis mais algumas das muitas passagens bíblicas que tratam deste assunto: Zc 14:8-21; Dn 2:44; 7:13, 14,27; Ap 20:4-7; Mt 6:10, etc.;

       Quando o Reino milenar terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20:3) e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará os ímpios que foram lançados no fogo eterno quando do juízo das nações (Mt 25:41), entre os quais estarão o anticristo e o falso profeta (Ap 20:10), que lá foram lançados imediatamente após o Armagedom (Ap 19:20) e antes do Milênio (Ap 19:19, 20; 20:10);
Logo após o diabo ser lançado definitivamente no lago de fogo, virá o juízo final, quando então se dará a ressurreição de todos os mortos ímpios, os quais serão julgados e lançados no lago de fogo (Ap 20:11-13). É ao julgamento definitivo e geral dos ímpios que chamamos de Juízo Final;

       À luz de 2 Pe 3:7, 10-13, o planeta Terra será purificado com fogo. Segundo o versículo 11 e também o Sl 102:25-27, este fogo não será simbólico, como o querem os testemunhas-de-jeová, mas sim, literal, visto que o vocábulo perecer, aparece nestes textos.
O que será do povo salvo, saído do Milênio, que aqui estiver residindo, quando Deus estiver expurgando a Terra? À página 96, do livro intitulado O Calendário da Profecia, o Pastor Antonio Gilberto responde a esta pergunta: “O mesmo Deus que preservou a sarça de se consumir (Ex 3:2), e tornou imunes ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3:25), também pode preservar o povo salvo, saído do Milênio, e tudo mais que Ele quiser, durante esta expurgação final dos Céus e da Terra: ‘ Ponho as minhas palavras na tua boca, e te protejo com a sombra da minha mão, para que se estenda novos Céus, funde nova terra, e diga a Sião: Tu és o meu povo (Is 51:16)’ ”.

       Imediatamente após a restauração dos céus e da Terra, a nossa Pátria Celestial (Fp 3.20), que nos foi preparada por Jesus (Jo 14:1-3), com a qual sonhavam os heróis da fé listados em Hebreus, capítulo 11 (queira ver os versículos 10, 13-16), virá definitivamente para cá (Ap 21.10). Este é o feliz estado eterno que tanto aspiramos! Que Deus nos ajude a herdarmos estas maravilhas!
      A Nova Jerusalém será a eterna morada do povo de Deus do Antigo e do Novo Testamentos, mas o povo salvo saído do Milênio, herdará a Terra restaurada, a qual então será paradisíaca, como fora antes da entrada do pecado no mundo. Veremos isto no próximo tópico.



 III.PERGUNTAS E RESPOSTAS NA ÁREA ESCATOLÓGICAS


       Parece-me que quem não é curioso, já morreu. Com isso não quero dizer apenas que os não-curiosos vivem como se estivessem mortos, e sim, que a curiosidade faz parte da vida, sendo-nos, pois, tão comum, que não há, sequer, uma só pessoa que não seja curiosa. Queremos nos inteirar sobre tudo, inclusive, quanto ao futuro. E, posto que a Bíblia nos revela o que se reserva ao Universo e aos seus ocupantes, podemos satisfazer nossa curiosidade no Livro dos livros. Vejamos, então, o que a Bíblia tem a nos dizer sobre os seguintes pontos: a) quem residirá na Nova Terra; b) se a humanidade irá, ou não, ocupar outros corpos celestes além da Terra; e c) que fará, a Igreja, na eternidade.

       O leitor já deve ter percebido que no dia do arrebatamento da Igreja ficará alguém aqui na Terra, a saber, os que nesse dia não estiverem de posse do perdão de seus pecados. Dentre estes, muitos se converterão a Cristo e recusarão lutar contra os judeus sob as ordens do Anticristo. Destes, uma multidão incontável será morta por ordem da “Besta”. Estes mártires ressuscitarão na última etapa da Primeira Ressurreição. Apocalipse 7:9 a 17; 20:4-6 trata deste assunto. Veja que Ap 7:14 diz que a grande multidão veio da (e não de, como erroneamente consta de algumas de nossas Bíblias) Grande Tribulação. Esta, como já vimos, terá lugar após a Igreja do Senhor Jesus ser arrebatada ao Céu. Mas, nem todos os que recusarem guerrear contra os judeus morrerão na Grande Tribulação. Muitos irão sobreviver. Estes são os que ouvirão o “VINDE” registrado em Mt 25:34. Estes, e seus filhos nascidos durante o Milânio, se forem fiéis (e muitos o serão) herdarão o planeta Terra (Mt 5:5; Sl 37:11, 29 etc).
       Resumindo, diremos que os que não subirem para o Céu no dia do arrebatamento da Igreja e se converterem durante a 70ª semana de anos de Daniel, e não morrerem nesse período (os que morrerem serão ressuscitados, reinarão com Cristo durante mil anos, mas não se casarão [Mt 22:23-30; Lc 20:27-36]), juntamente com seus filhos que nascerem durante e após o Milênio, se não cederem nem mesmo ante as provas, às quais serão submetidos depois do Reino Milenar (Ap 20:7-10), herdarão a Terra.
       Uma das muitas provas de que realmente haverá nações no planeta Terra para sempre, é o fato de a Bíblia afirmar que quando a Nova Jerusalém descer do Céu, “... as nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra” (Ap 21.24) e que “... a ela trarão a glória e honra das nações” (Ap 21.26).

       A Bíblia é clara ao afirmar que vamos servir a Deus (Ap 22:3), mas não nos dá muitos detalhes das atividades que por nós serão executadas na Cidade Celestial, a Nova Jerusalém. Contudo, à página 100 de O Calendário da Profecia supracitado, há uma afirmação que me parece respaldada pelas Escrituras:“ A Igreja, em estado de glória e felicidade eterna governará a Terra sob Cristo.” Compare esta afirmação com Ap 1:6; 5:10.




 IV. COMO OCORRERÁ AS RESSURREIÇÕES


         Como já vimos superficialmente, a Bíblia fala de duas ressurreições – a primeira e a segunda (Ap 20:4-6, 12-15). A primeira ressurreição será consumada mil anos antes da segunda; e só os que morreram salvos, participarão dela. As expressões: “ressurreição dos justos” (Lc 14.14) e “ressurreição dentre os mortos” (Lc 20:35; Fp 3.11) referem-se à primeira ressurreição. A primeira ressurreição se dará em três etapas; mas a segunda ressurreição ocorrerá de uma só vez. A primeira etapa da primeira ressurreição já se concretizou há quase dois mil anos, e as duas que restam se realizarão brevemente.
        
       O que a Bíblia chama de primeira ressurreição não se dá numa etapa única. Veremos isso abaixo.

       Na primeira etapa da primeira ressurreição, só Jesus e mais um pequeno grupo ressuscitaram (At 26.23; Mt 27:52,53). Poderíamos chamar a primeira etapa de primeira e segunda etapas, visto que a Bíblia diz que Jesus é “o primeiro da ressurreição dos mortos” (At 26.23); e que os santos que ressurgiram dentre os mortos quando da ressurreição de Jesus, “saíram dos sepulcros, depois da ressurreição dEle” (Mt 27:52,53). Porém, para não destoarmos dos demais estudiosos deste tema, chamemos estas duas etapas de Primeira Etapa.

       1Ts 4.16 diz: “ Porque o Senhor mesmo descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo, ressuscitarão primeiro”. Esta ressurreição ocorrerá na primeira fase da segunda vinda de Jesus, no dia do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51,52; 1Ts 4.13-17). Nesse dia, juntamente com os mortos previamente ressuscitados já transformados, subiremos ao Céu, ao encontro de Jesus.


“ ... e vi as almas daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira ressurreição. Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos” (Ap 20.4-6).

A transcrição acima, trata da terceira e última etapa da primeira ressurreição, e se concretizará mais de mil anos antes do Juízo Final. Participarão desta leva os que não subirem conosco no dia do arrebatamento da Igreja, por não serem salvos, e se converterem durante a septuagésima semana de Dn 9.27, e morrerem nesse período. Nem todos os que se converterem entre a primeira e a segunda fases da segunda vinda de Cristo, morrerão nesse período; mas todos os que se converterem e morrerem nesse espaço de tempo, ressuscitarão na última etapa da primeira ressurreição.
À luz de Dn 9.27, o anticristo atuará mesmo, é na septuagésima semana. Veja, a Igreja não tem nada a ver com as setentas semanas de Daniel 9, pois está escrito em Dn 9.24, que elas foram decretadas sobre o povo de Daniel (“o teu povo”), isto é, os judeus. As sete semanas findaram com a reconstrução de Jerusalém, e as sessenta e duas com a morte do Cristo, perfazendo um total de sessenta e nove semanas, isto é, quatrocentos e oitenta e três anos, a contar da saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (Dn 9.25). Visto que os judeus, na sexagésima nona semana, rejeitaram o Cristo, o “relógio de Deus parou”, por assim dizer, em relação à contagem consecutiva das semanas proféticas, surgindo aí um período parentético, dentro do qual atua a Igreja. Ora, já que foi o surgimento da Igreja no contexto desta história, que interrompeu a contagem das semanas, obviamente o arrebatamento da mesma marcará o reinício da contagem. E, sendo assim, é aí que terá início a septuagésima semana. Deste modo, a Igreja do Senhor atua neste mundo entre a sexagésima nona e a septuagésima semanas. Logo, os mártires descritos em Ap 20.4-6, não são membros da Igreja, pois este texto diz que eles vão atuar durante o governo da Besta (o anticristo), visto afirmar que peitarão esse filho das trevas, sofrendo, por ordem do mesmo, o martírio. E, como já vimos, o anticristo atuará na septuagésima semana, a qual sucederá o arrebatamento da Igreja.
Ora, já vimos que: a) Jesus foi o primeiro a ressuscitar dentre os mortos (At 26.23; 1Co 15.20, 23; Cl 1.18; Ap 1.5); b) imediatamente após a ressurreição de Cristo, muitos dos servos do Senhor que morreram antes da morte de Cristo, também foram ressuscitados (Mt 27.52, 53); c) quando Jesus voltar para nos arrebatar ao Céu, todos os salvos que estiverem mortos, serão ressuscitados; d) quando Jesus, sete anos após o arrebatamento da Igreja, vier para estabelecer o Seu Reino na Terra, ressuscitará os que tiverem morrido por amor ao Seu nome na septuagésima semana, isto é, durante a gestão do anticristo, o qual atuará com todas as suas forças, após o arrebatamento da Igreja; e e) que os mortos salvos que ressuscitarão quando o Senhor vier estabelecer o Seu Reino, farão parte da primeira ressurreição. E, sendo assim, a quarta ressurreição foi chamada de primeira ressurreição. Como entender isso? A resposta é: Esta quarta ressurreição  é, na verdade, a última etapa da primeira ressurreição. Esta etapa é chamada de primeira ressurreição porque é nela que se completa a primeira ressurreição que teve início com a ressurreição de nosso Senhor.

       Se Deus tivesse deixado a nosso critério a enumeração das ressurreições, diríamos que há cinco ressurreições: primeira (At 26.23), segunda (Mt 27.52, 53), terceira (1Ts 4.16,17; 1Co 15.51, 52), quarta (Ap 20.4-6) e quinta (Ap 20.12-13). Mas Deus, por ter critérios desconhecidos por nós, chama as três (ou quatro?) primeiras ressurreições de primeira ressurreição; e o que chamaríamos de quinta ressurreição, Ele chama de segunda ressurreição. E, como com Deus não se discute, abandonamos o nosso ponto de vista, e passamos a usar a linguagem do Onisciente, chamando as três (ou quatro?) ressurreições de primeira ressurreição; e o que chamaríamos de quinta ressurreição, chamamos de segunda ressurreição. Esta explicação é extremamente necessária para a perfeita compreensão do tema tratado nesta obra. Isto porque os menos cultos em assuntos teológicos, facilmente concluiriam que: Se a primeira ressurreição está por vir; se haverá uma ressurreição no dia do arrebatamento da Igreja; e se os mártires da grande tribulação participarão da primeira ressurreição, obviamente a Igreja passará pela grande tribulação, desafiará o anticristo, e morrerá por amor ao Senhor na septuagésima semana, no final da qual será ressuscitada e arrebatada ao Céu, conforme previsto em 1Ts 4.16, 17, 1Co 15.51, 52. Esta conclusão, porém, seria uma tremenda barafunda, pois como já sabemos, à luz de Ap 3.10 a Igreja não passará pela Grande Tribulação. Deus tem permitido e permitirá que a Igreja passe por muitas tribulações, mas não permitirá que ela passe pela Grande Tribulação. Isto porque é aceitável que sejamos alvos da ira de Satanás, mas jamais permitirá o Senhor que a Sua Igreja seja alvo da Sua ira. A Igreja é composta de pessoas isentas da ira divina, visto que esta já foi derramada sobre o nosso substituto – Jesus, Jo 3.36; 1Ts 5.9. Conseqüentemente, não passaremos pela Grande Tribulação, e é isso que Ap 3.10 está dizendo, quando nos assegura que seremos guardados da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro. Sempre existiram tribulações, mas Ap 3.10 fala de uma tribulação ainda por vir (“que há de vir”) e diz que o Senhor nos guardará desta (e não nesta) hora. Sim, guardar DA hora, não é o mesmo que guardar NA hora. Logo, os que pensam que Ap 3.10 está dizendo é que Deus vai dar forças à Igreja para que ela desafie o anticristo, pregue o Evangelho e não negue a fé, durante a grande tribulação, estão equivocados, embora, por ora, eu não trate de refutar detalhadamente este equívoco.
       A razão pela qual seremos guardados da hora da provação que há de vir (Ap 3.10), semelhante à qual não houve e nem haverá outra (Mt 24.21; Mc 13.19), é porque seremos arrebatados ao Céu antes da sua concretização.

       De todas as ressurreições registradas na Bíblia, a do Senhor Jesus Cristo é a mais importante, porquanto é ela que garante as demais (I Co 15.20,21); ela prova que Ele é o Filho de Deus (Rm 1.4); é a glória do Cristianismo, pois graças a ela a religião cristã não é como o Budismo, Confucionismo, Islamismo, Hinduísmo, kardecismo, etc., cujos fundadores estão enchendo sepulturas. Não! O fundador do Cristianismo está enchendo o Céu. Nós, os cristãos, sentimos literalmente a presença de Jesus, na instrumentalidade do Seu Espírito Santo, o seu representante legal. O Cristianismo autêntico não vive de teorias, de histórias e de estórias, mas de realidade. Temos provas materiais de que Jesus está vivo: o batismo no Espírito Santo (I Jo 3.24; 4.13), os dons espirituais (1Co 12, 13, 14), o fruto do Espírito (Gl 5.22, 23), o gozo inefável e glorioso (1Pe 1.8) e muitas outras maravilhas, só ocorridas na Igreja. Sim, Cristo vive! Ele está entre nós! E nós, os cristãos, não só cremos nisso, mas sabemos disso por experiência própria.

       Além das ressurreições já estudadas nesta obra, há outras não consideradas aqui, por não terem sido ressurreições definitivas, já que os ressuscitados voltaram a morrer. Mas, um comentário, ainda que ligeiro, se faz necessário, para informar que antes de Cristo (de quem a Bíblia diz ter sido o primeiro a ressurgir dos mortos) ressuscitar, ocorreram nada menos que seis ressurreições: 1Rs 17.17-23; 2Rs 4.18-36; 2Rs 13.20,21; Mc 5.35-42; Lc 7.11-15; Jo 11.1-44. Assim fica claro que quando dizemos que Cristo foi o primeiro a ressuscitar, estamos nos referindo à forma definitiva, com corpo transformado, glorificado, para nunca mais morrer (Ap 1.18).
Além dos casos de ressurreição acima alistados, a Bíblia registra mais dois: At 9.36-42; 20.9-12. Estas ressurreições ocorreram após a ressurreição de Cristo. E tudo isto sem falarmos daqueles casos que estão exarados nas páginas da História Eclesiástica, bem como de muitos outros possíveis casos, ocorridos antes da morte de Cristo, dos quais não tomamos ciência, por não terem sido registrados. Hoje em dia ainda ocorre casos de ressurreição? Claro que sim, pois Jesus é o mesmo. Cnheço algumas pessoas que foram ressuscitadas em nome de Jesus. Mas estas ressurreições não têm nada a ver com as ressurreições escatológicas, objeto primário deste opúsculo.

       O espiritismo, pregando doutrinas de demônios, ensina ser impossível ressuscitar a um indivíduo realmente morto. Allan Kardec, por exemplo, tentou provar através de a + b que o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mc 5.21-43) e Lázaro (Jo 11.1-44), não estavam mortos, mas em estado de letargia. Ele tentou justificar o seu ponto de vista, dizendo que o próprio Jesus disse que a filha de Jairo não estava morta, mas apenas dormindo (Mc 5.39), revelando deste modo que ele estava enquadrado em Mt 22.29, onde Jesus diz: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. Ora, o fato de Jesus dizer que “a menina não morreu, mas dorme,” não prova que ela não estivesse morta de fato. Todos os leitores da Bíblia sabem que as Escrituras Sagradas comparam a morte ao sono (2Rs 14.29; Mt 27.52; Dn 12.2; 1Ts 4.15; 1Co 15.6, 51 etc.). Uma prova a mais de que as coisas são assim, é que Jesus, referindo-se à morte de Lázaro disse: “ ... Lázaro, o nosso amigo dorme ... ” E como os apóstolos não entenderam que Ele estava se referindo à morte (vv 12,13), Ele acrescentou: “ ... Lázaro morreu” (v. 14). (Queira ver, Jo 11.1-44). Allan Kardec desconhecia a onipotência daquele que “é o mesmo, ontem, e hoje e eternamente” (Hb 13.8).
Se alguém duvida que Allan Kardec tenha ensinado o que dissemos acima, certifique-se, consultando o livro intitulado A Gênese, capítulo XIV, n.º 30, página 294; e capítulo XV, números 37 a 40, páginas 331-334, à venda nas livrarias espíritas.
Os Kardecistas não duvidam apenas do que chamamos de RESSURREIÇÂO TEMPORÀRIA, mas também das ressurreições definitivas, sob a alegação de que “isso é impossível.” E o porquê dessa sua posição, é que a doutrina bíblica da ressurreição dá um golpe mortal na heresia chamada reencarnação. Então, para não ver desmoronado o seu castelo de areia, Allan Kardec inventou que o filho da viúva de Naim, a filha de Jairo, e Lázaro não estavam mortos, mas em letargia. São de Allan Kardec estas palavras: “Quando, porém, as últimas moléculas do corpo fluídico se têm destacado do corpo carnal, ou quando este último há chegado a um estado irreparável de degradação, impossível se torna todo regresso à vida” (A Gênese, capítulo XIV, número 30).
Já dissemos que a doutrina da ressurreição bíblica, prevista para os últimos dias, prova que reencarnação não existe. E isto é óbvio, porque se existisse reencarnação, o espírito teria vários corpos e, naturalmente, faltaria espíritos para os corpos a serem ressuscitados. Por este motivo Kardec se “defendeu” dizendo que é impossível ressuscitar um morto, bem como tentando provar que os defuntos ressuscitados por Jesus não estavam mortos, mas em letargia.




V. A SEQUÊNCIA DACRONOLOGIA ESCATOLÓGICA


Para facilitar a compreensão dos leitores, omitimos vários fatos escatológicos enquanto informávamos a seqüência dos mesmos. Porém, chegou o momento de tocarmos neles, ainda que superficialmente. São os seguintes:

       1Co 3.10-15; 2Co 5.10; e Ap 22.12, provam que um dia, nós, os cristãos, a) compareceremos diante do tribunal de Cristo; b) que de lá sairemos com ou sem galardões; c) que os nossos galardões não serão iguais; d) e que é possível ser salvo sem ser galardoado. Sim, pois galardão e salvação são coisas distintas e diferentes. Galardão é recompensa. Recompensa é o pagamento pelo serviço prestado. Logo, o galardão tem por base as nossas obras. A salvação, porém, é um dom (presente) que Deus nos dá em Cristo, pela graça, à base da fé (Ef 2.8) sem o auxílio das obras (Ef 2.9), embora seja para as obras (Ef 2.10).
O vocábulo original traduzido por “tribunal” em 2Co 5.10 é bema. No bema não se julgavam réus, mas sim, atletas. De diante do bema ninguém saía com destino à cadeia, antes, com ou sem troféu. É por isto que 1Co 3.15 fala de cristãos que sofrerão detrimento, quando virem suas obras de palha, feno e madeira se queimarem, mas que, apesar disso, não serão condenados, e sim, salvos.
A distribuição dos lauréis à Igreja ocorrerá entre o arrebatamento da Igreja e as Bodas do Cordeiro, que veremos a seguir.

       As Bodas do Cordeiro são a celebração do “casamento” do Rei Jesus com a Rainha Igreja (Ap 19.7, 9; Sl 45.9b). As Bodas do Cordeiro sucedem à Coroação da Igreja, e precedem a Manifestação de Jesus em Glória. Isto é o que se depreende do fato de que imediatamente após as referências às núpcias dos nubentes Jesus e Igreja, e a subseqüente festa (Ap 19.7-9), os Céus se abrem e o Senhor desce literalmente (Ap 19.11,14).

       Quando Lúcifer e seu bando se rebelaram, Deus os expulsou do Céu (Ez 28.11-19; Is 14.9-19; Ap 12.4). Então o diabo montou o seu quartel-general em algum lugar no Espaço Sideral (Ef 6.12), de onde traça seus planos maquiavélicos (ofensivos e defensivos). Porém, em algum momento após o arrebatamento da Igreja, não mais será permitida a sua permanência lá no Espaço Sideral, mas será expulso para a Terra e aqui confinado.
Não sabemos o momento exato em que o diabo será expulso do Espaço Sideral para a Terra, mas sem dúvida, será após o arrebatamento da Igreja, bem como antes da segunda metade da Septuagésima Semana. Este autor crê que essa expulsão ocorrerá imediatamente após a subida da Igreja ao encontro do seu Amado --- Jesus.
O texto bíblico que trata do que aqui estamos falando, é Ap 12.7-17. Este trecho da Bíblia fala de Satanás sendo expulso do Céu. Isto ainda não aconteceu, embora muitos pensem que estes versículos sejam apenas o registro de um fato passado, isto é, a narração do que ocorreu quando Lúcifer, o querubim ungido, se rebelou contra Deus no princípio, tornando-se o diabo e Satanás. Contudo, se lermos o texto em apreço com o devido cuidado, veremos que o mesmo é uma previsão que ainda não se cumpriu. Senão, vejamos os seguintes detalhes: os versículos 10 e 11 dizem que antes de Satanás ser lançado dos Céus à Terra, ele acusava nossos irmãos incessantemente, e que eles o venceram pelo sangue do Cordeiro. Ora, quando Lúcifer tornou-se Satanás, nossos irmãos ainda não existiam, nem tampouco o sangue de Jesus havia sido derramado. E o versículo 13 afirma que quando o dragão (Satanás) viu que fora lançado na Terra, perseguiu a mulher (Israel) que dera à luz o varão (Jesus). Isto prova que o nascimento do varão ocorreu antes de Satanás ser expulso dos Céus. Note o tempo do verbo neste versículo. Está escrito “dera” (pretérito mais que perfeito), e não “deu” (pretérito perfeito).
Realmente, Ap 12.4 trata do momento em que Satanás foi expelido do Céu (morada de Deus), mas os versículos 7-13 registram sua expulsão dos Céus (Espaço Sideral). Sim, durante a Septuagésima Semana, a sede do governo do diabo não será mais nos lugares celestiais” (Ef 6,12 b), mas sim, o “trono” da primeira Besta apocalíptica e a “cadeira” da segunda (Ap 13); visto que então ele regerá o mundo: politicamente, através do anticristo; e religiosamente, através do falso profeta. Deste modo, podemos ver que durante a Grande Tribulação o diabo estará mais próximo dos seus.

       A Bíblia nos assegura que a atuação do anticristo dar-se-á na última das setenta semanas de Daniel, e que então ele firmará um pacto de sete anos com os judeus (Dn 9.27a). Inicialmente, ter-se-á a impressão de que finalmente terá aparecido alguém capaz de solucionar os problemas do mundo. Então se dirá: “Há paz e segurança” (1Ts 5.3a). E: “Quem é semelhante à besta?” “Quem poderá batalhar contra ela?” (Ap 13.4 b). Sim, a besta sairá vitoriosa e para vencer (Ap 6.2b). Porém, a ira de Deus será derramada sobre o trono da besta, e o seu reino se fará tenebroso (Ap 16.10; 1Ts 5.3b).
O pacto que o anticristo firmará com os judeus no início da Septuagésima Semana, será rompido na metade da “semana” (Dn 9.27b). Então terá início o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.7) e o “dia da ira” (Rm 2.5). Mas Deus guardará os judeus durante os três anos e meio que então estarão faltando (Ap 12.6, 14) para a segunda fase da segunda vinda de Cristo “para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn 9.24. ARC). Em outras palavras: para estabelecer o Seu Reino (Dn 2.44; 7.13, 14; Lc 1.32, 33; Is 11.6-12).
Para associarmos harmoniosamente os pontos estudados neste tópico, com os fatos escatológicos em ordem cronológica, considerados no segundo capítulo, bastar-nos-á entendermos que entre o arrebatamento da Igreja e a manifestação de Jesus em glória, ocorrerão no Céu a Coroação da Igreja, a expulsão de Satanás, e as Bodas do Cordeiro; e que nesse mesmo período o mundo passará por 3,5 anos de falsa paz, bem como por mais 3,5 anos de grande tribulação. Aclarando: Enquanto o mundo estiver passando pela falsa paz e pela Grande Tribulação, ocorrerão no Céu a coroação da Igreja e as Bodas do Cordeiro. E tão logo se completem os três anos e meio de Grande Tribulação, Cristo descerá do Céu para socorrer o verdadeiro Israel (isto é, os judeus que então tiverem se convertido a Cristo), julgar as nações, prender o diabo, assentar no trono de Davi, e reinar na casa de Jacó (isto é, sobre os judeus), e, por conseguinte, sobre todo o mundo. Este reino é literal, e durará mil anos, também literais.



 “E eles venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho”

A Grande Tribulação retrata perfeitamente o confronto entre o bem e o mal e a vitoria final de Cristo.
É o povo de Israel a razão mais evidente da Grande Tribulação. Ele é o alvo principal por causa das suas relações com o plano redentor de Deus para com a humanidade. Israel foi escolhido para representar os interesses divinos na Terra. Mas lamentavelmente, não foi fiel aos pactos e, por isso, houve a mudança no plano divino. Sua desobediência, prevaricação e idolatria serão castigados nesse período. No entanto, o propósito de Deus não é só de castigar Israel, mas também o de mostrar sua fidelidade e amor par com seu povo.

    A MULHER VESTIDA DE SOL (Ap 12.1,2)
Depois dos vários eventos catastróficos efetivados pela abertura dos sete selos e das sete trombetas, surge um intervalo com uma serie de visões e, então, haverá o derramamento das sete taças de pragas sobre a Terra. Três personagens são destacados no capítulo 12 de Apocalipse: a mulher vestida de sol, o grande dragão vermelho e o filho varão.
   Quem é a mulher vestida de sol? Há varias interpretações acerca dessa mulher e o que ela representa. Segundo a linha de interpretação que adotamos entendemos que ela não representa a Igreja de Cristo, uma vez que esta estará no céu com Cristo. Também a mulher não representa a Igreja do Antigo Testamento, nem tampouco representa Maria, a mãe de Jesus. Indiscutivelmente, representa o povo de Israel.

    Os símbolos da mulher. Os símbolos que estão em torno da mulher – o sol, a lua e 12 estrelas – estão associados aos filhos de Israel (Gn 37.9; Jr 31.35,36; Js 10.12-14; Jz 5.20; Sl 89.35-37).

    O GRANDE DRAGÃO VERMELHO (Ap 12.3,4)
    Quem é o grande dragão vermelho. Representa Satanás (Ap 12.9). Essa criatura animalesca e vermelha é a figura do poder do mal e da destruição que vira sobre a nação israelita naqueles dias. O vermelho indica o seu poder sanguinário objetivando matar especialmente a mulher e seu filho.

    O poder do dragão. Um detalhe especial desse dragão são as sete cabeças e dez chifres, alem de sete coroas sobre essas cabeças (Ap 12.3). As mesmas características desse dragão aparecem sobre a Besta nos capítulos 13 e 17 de Apocalipse. Os poderes que a Besta (Anticristo) demonstrará nos dias da Grande Tribulação serão advindos de Satanás. As sete cabeças e os diademas sobre elas simbolizam os grandes reinos e os poderes desses reinos. Satanás usará de toda a sua força para destruir Israel naqueles dias. Ele é o dragão vermelho que se lançará contra o povo de Deus representado pela mulher.

    Que representam as estrelas do céu? (Ap 12). Alguns interpretes afirmam que serão homens proeminentes do mundo que se levantarão contra Israel para destruí-los da face da Terra. Porem, a interpretação mais aceitável indica que se trata de demônios sob a égide de Satanás, os quais, lançados sobre o mundo, promoverão grande desordem moral, social e espiritual no seio da humanidade.
   
    O FILHO VARÃO (Ap 12.5)
    Quem é o filho varão. Os interpretes divergem aqui. Há os que afirmam se tratar da Igreja, equivocadamente. Outros entendem que se trata dos mártires da Grande Tribulação, e outros afirmam que esse filho varão representa o remanescente judeu então.

   Jesus, o mais evidente. A interpretação mais aceitável diz que esse filho varão representa Jesus, uma vez que somente Ele, o Messias, “regerá as nações com vara de ferro”. O Salmo 2 é messiânico e se constitui num rico contexto profético no cumprimento da profecia de Apocalipse 12.5. Israel representa a mulher, e o filho varão representa Jesus. Ele nasceu de mulher israelita. Por isso, quando o texto diz que a mulher (Israel) deu à luz um filho varão, está, na realidade, falando do nascimento humano de Jesus. Quando fala que o “filho foi arrebatado para Deus e para seu trono”, refere-se à ascensão vitoriosa de Cristo depois da Sua ressurreição.
Há um paralelo entre Ap 12 e Miquéias 5, que identifica a mulher como a nação israelita. Mq 5.2 fala sobre o nascimento d’Aquele que seria o Senhor em Israel, o Messias. Entretanto, por causa da rejeição deste governante (o Messias) na Sua primeira vinda, a nação foi posta de lado. O texto de Mq 5.3 declara assim: “os entregará até ao tempo em que a que está de parto tiver dado à luz”, indicando que a nação estará com dores de parto até o tempo de dar à luz o filho. Também, em Rm 9.4,5 o apostolo Paulo fala dos israelitas e declara que Cristo veio de Israel, segunda a carne.

   A tentativa inútil do grande dragão contra o filho varão. Satanás, o grande dragão vermelho não conseguira alcançar o filho varão porque ele foi arrebatado para o seu trono. O filho varão de Israel, arrebatado do poder de Satanás, um dia descerá em grande pompa sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.1-9) e, então, tomará as rédeas do governo mundial sob o poder de Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta.
Na vinda poderosa do filho, o Anticristo e o Falso Profeta serão lançados no Lago de Fogo (Ap 19.19,20). No mesmo ímpeto da gloriosa vinda do filho varão, o grande dragão, que é Satanás, será amarrado e lançado no Poço do Abismo (Ap 12.7-9; 20.1-3).

   A FUGA DA MULHER PARA O DESERTO (Ap 12.6)
    O deserto (Ap 12.6). Não se refere aqui especificamente a um lugar geográfico, mas metafórico. Nas terras do Oriente Médio o deserto é o lugar mais apropriado para fugitivos. A mulher representa a nação de Israel, depois de perseguida pelo grande dragão vermelho, que foge para um lugar de refugio no deserto, para escapar à fúria de dragão o Diabo

    O período do refugio (Ap 12.6). As pressões sobre Israel serão enormes naquele período, mas o grupo fiel encontrara refugio por 1.260 dias. No calendário judaico de 360 dias, os 1.260 dias equivalem à metade da semana profética de Daniel 9.27, ou seja, três anos e meio. Essa mesma cifra de 1.260 dias equivale a outras cifras tais como quarenta e dois meses, ou “um tempo, tempos e a metade de um tempo”. Essa diferença de linguagem não muda o sentido real da profecia, porque a cifra é a mesma. É exatamente o período mais terrível que sobrevirá sobre Israel na sua terra.

    O remanescente judeu (Ap 12.17). No período final da Grande Tribulação, o remanescente judeu, constituído de israelitas fies ao antigo pacto, não se submetera ao sistema do Anticristo, que é a Besta que subiu do mar de Ap 13.1,2, e terá de fugir para o deserto (Ap 12.17). É, sem duvida, o remanescente judeu salvo na Grande Tribulação.
     UMA BATALHA ANGELICAL NO CÉU (Ap 12.7-9)
    O arcanjo Miguel. Nesta batalha os anjos de Deus sob o comando do arcanjo Miguel, o protetor dos filhos de Israel, abatem completamente os anjos caídos sob o comando de Satanás, o grande dragão vermelho. É interessante notar que Miguel

   A vitoria do bem sobre o mal. Na visão de João, o dragão quis devorar o filho varão da mulher, mas foi impedido por uma força maior, uma milícia superior a dele. Essa está ligado ao destino do povo de Israel (Dn 12.1). Ele é o guardião dos interesses divinos para com Israel, conforme vemos em Dn 10.13,21; Jd 9.

   Satanás, o dragão vermelho. Nessa batalha vemos o esforço de Satanás para neutralizar o plano vindicativo de Deus através dos anjos na historia do mundo e, especialmente, quanto a Israel. É um conflito entre o bem e o mal. Satanás é o grande dragão vermelho que, mais uma vez investe contra o poder de Deus representado pelo arcanjo Miguel e seus anjos. Mas o dragão é derrotado fragorosamente e expulso do céu. Os seus domínios foram desfeito
 batalha indica que os poderes de Satanás foram reduzidos, e o mundo começa a se preparar para receber o Messias. Aprendemos aqui que o direito sempre terá de triunfar sobre o erro, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira. As vantagens de Satanás foram anuladas para que a vitória do povo de Deus prevalecesse no mundo. No texto de Ap 12.9, o dragão vermelho é definido como “o acusador (Diabo), a antiga serpente”.

Depois da vitoria de Miguel e seus anjos contra o dragão e seus aliados (demônios), diz a Bíblia que houve regozijo e alegria no céu (Ap 12.10). Esta alegria resulta do fato que a Grande Tribulação findará para Israel e para o mundo, quando Cristo voltar gloriosamente.


. Que o  Senhor Deus continue nos abençoando e nos ensinando a conhecermos o tempo que ele tem reservado para seu próprio poder, mas, observemos este tempo chegar  com responsabilidade cristã. Enquanto Cristo não volta para arrebatar a Igreja, mexa-se, não fique de braços cruzados. Fomos salvos por um Senhor que deseja muito encontrar-se conosco e ele breve virá.  Alegre-se porque ele virá e seja um cristão responsável cooperando  com o maior e mais importante  sinal de sua vinda que é a pregação do Evangelho a todas as gentes. Então virá o fim…

 Que Deus nos abençoe e nos guarde em nome de Jesus, amém!


















VI. AS DISPENSAÇÕES

A dispensação é um período de tempo caracterizado por um modo distinto de Deus se relacionar com o ser humano” O que é escatologia?  A definição a seguir exibida, lança mais luz sobre o real conceito deste vocábulo: “As dispensações [...] são vários estágios empregados por Deus para testar o homem, segundo o grau da revelação divina”       De quantas dispensações nos fala a Bíblia? sete; das quais, quatro (Inocência, Consciência, Patriarcal, e Lei) já expiraram, duas (Governo Humano e Eclesiástica [ou Graça] são vigentes, e uma (Governo Divino [ou Milênio]) está por vir. Quando a dispensação do Governo Divino for estabelecida, a do Governo Humano fenecerá. Sim, a teocracia judaica existiu ao lado do Governo Humano, mas a teocracia milenar porá fim ao atual sistema do domínio humano (Dn 2. 44).6.1. As dispensações são reais

Há quem diga que as dispensações não existem. Cremos, porém, que podemos provar o contrário. Veja estes exemplos:

a) A Adão, não encontramos Deus permitindo o consumo de carne: “[...] Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento” (Gn 1.29). Mas a Noé, o Senhor disse: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...” (Gn 9.3a). Além disso, o fato de a Bíblia dizer que Abel era pastor de ovelhas (Gn 4. 2), torna evidente que muito antes de Noé, o homem já se alimentava de carne, já que ovelha não é animal de estimação, e sim, de corte.

b) Como vimos a pouco, nos dias de Noé Deus mandou comer todo tipo de carne: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento [...]” (Gn 9.3a). Já aos judeus, Deus proibiu certas carnes (Lv 11). Logo, os da Teocracia não tinham a mesma liberdade da qual os gentios _ inclusive os gentios convertidos à fé cristã (1Co 10.25; Rm 14.2-3) _ desfrutam desde os dias de Noé.

c) Deus proibiu matar Caim (Gn 4.15), mas mandou Noé executar os assassinos (9.6). Isto significa que se Caim fosse contemporâneo de Noé, a lei de talião lhe teria sido aplicada por ordem divina. Mas, como ele vivera noutra dispensação, não foi devidamente justiçado;


d) Jacó casou com a sua cunhada (Gn 29: 21-31), mais tarde, porém, isso foi proibido aos judeus (Lv 18.18);

e) Havia fervorosos servos de Deus antes de Abraão (Abel, Enoque, Noé ... ), mas só a partir deste patriarca que a circuncisão entrou em vigor, como mandamento de Deus (Gn 17: 9 – 27). Ademais, a Melquisedeque e a outros homens santos (seus súditos, possivelmente), contemporâneos de Abraão, não encontramos Deus dando a mesma ordem. A circuncisão era só para Abraão, seus descendentes e os seus servos (Gn 17:27). Nem ao justo Ló, impôs Deus a circuncisão. Abraão era, portanto, respeitadas as devidas proporções, de um Novo Testamento. Sim, em relação ao Pacto de Deus com Noé, Abraão viveu uma espécie de Novo Testamento, tendo, pois, um dever que os que o precederam _Abel, Sete, Enoque, Noé..._ não tinham: a circuncisão. Aliás, já vimos que até mesmo alguns de seus contemporâneos, como, por exemplo, Melquisedeque e os seus súditos, estavam sob outras regras;

f) Dissemos e provamos que Abraão era de um Novo Testamento, ou seja, novas regras. E o mesmo podemos dizer de Moisés e seus liderados _ os judeus. Estes também receberam mandamentos que nenhum servo de Deus havia recebido antes. A nenhum de Seus servos que viveram antes de Israel sair do Egito, mandou Deus observar o Ano Sabático (Lv 25.1-7), o Jubileu (Lv 25. 8-55), o Dia da Expiação (Lv 16. 29-34), etc. Logo, Moisés e os demais que com ele emigraram do Egito também viveram sob uma espécie de Novo Testamento (ou novas normas), em relação aos servos do SENHOR que o precederam, ou seja, que viveram durante as dispensações anteriores. De certo modo, Moisés também podia dizer: “Abrão era do Velho Testamento, nós, porém, somos do Novo”. Neste caso, porém, como sinônimo de prescrições divinas.

       Do esposado acima, as dispensações são um fato. Ademais, a dispensação vivida hoje pelos cristãos, é apenas a mais nova de todas as dispensações que já existiram, a sexta dispensação, não a segunda, nem tampouco a última. E senão, pergunto: a) Por que Deus permitiu no Antigo Testamento algumas coisas que Ele não permite hoje? b) Por que antes de o Novo Testamento entrar em vigor, Deus dava ordem e conta-ordem (não executem os assassinos e executem os assassinos; alimentem-se de todas as carnes e não se alimentem de todas as carnes); c) Por que a nossa responsabilidade e obrigações diante de Deus mudam de quando em quando? d) Por que Deus deu a Abraão uma ordem que Ele não dera (por exemplo) a Noé, nem tampouco mandou que Melquisedeque fizesse o mesmo? A resposta a estas quatro perguntas, é: Porque as dispensações, não eram as mesmas. Doutro modo Deus seria um volúvel a mudar de idéia como se muda de roupas, pactuando a torto e a direito (ou seja, sem qualquer critério) com os que com Ele topam alinhavar um aleatório Testamento. Mas como podemos sustentar que as dispensações nas quais viveram Abraão e Melquisedeque não eram as mesmas, se estes dois servos de Deus eram contemporâneos? Resposta: Dispensação não é período. Todas as dispensações se dão num espaço de tempo ou período, mas tanto as dispensações, como os períodos, podem se sobrepor, bem como se diversificar. Logo, o fato de duas ou mais pessoas serem contemporâneas, ou até mesmo viverem juntas, não as impede de serem de dispensações distintas. Concluímos, portanto, que: a) As dispensações se sucedem; b) Das dispensações que já vieram à tona, quatro já expiraram, e duas estão de pé; c) Cada uma das dispensações tem pelo menos um bom motivo para existir; e d) As nossas obrigações, diante de Deus, mudam de uma dispensação para a outra, visto que em cada um desses “estágios empregados por Deus para testar o homem, segundo o grau da revelação divina” (N. Lawrence Olson, op. cit.), Deus estabelece um Acordo especial com determinados homens, Acordo este que vigora até que uma nova dispensação seja inaugurada. Por exemplo, todos os que lêem a Bíblia sabem que, segundo a mesma, nós, do Novo Testamento, temos deveres que os judeus não tinham (Batismo, Santa Ceia...), assim como também eles (os judeus) tinham obrigações que não nos dizem respeito (circuncisão, restrição alimentar, sacrifício de animais...). E como já vimos, as obrigações dos judeus não diferem apenas entre eles e nós, do Novo Testamento, mas também entre eles e Abraão, entre eles e Jacó, entre eles e Noé, e entre eles e os contemporâneos de Caim. E como se não bastassem as distinções entre eles e cada um desses grupos de servos de Deus que ora consideramos, já vimos que cada um desses grupos, de per si se diferenciava de todos os demais grupos. Exemplos: a) Noé podia fazer o que os contemporâneos de Caim não podiam (por exemplo, aplicar a pena capital sobre os assassinos); b) Noé podia comer o que os judeus não podiam (por exemplo, carne de porco); c) Noé não tinha que se circuncidar, do que não foram eximidos Abraão e sua prole; d) Este não tinha que, entre outros deveres, observar o Ano Sabático e o Dia da Expiação, do que os judeus foram incumbidos; e)Jacó se casou com a sua cunhada, mas a Lei judaica não permitia isso aos da teocracia. E, sendo assim, pergunto: Há, ou não há as dispensações? E a essa pergunta, respondo: Dêem a isso, o nome que bem quiserem, mas não neguem a existência deste fato, visto que fazê-lo seria não enxergar o óbvio.

       Eu disse acima que as dispensações às vezes se sobrepõem. Com isso quero dizer que antes de uma dispensação findar, outra ou outras podem entrar em vigor. Por exemplo, a Aliança (ou Testamento) que Deus fez com Noé, na qual, entre outros fatores, lhe conferiu poder para executar os homicidas dolosos, vem subsistindo ao lado de outros Pactos, como, por exemplo: a) O Antigo Testamento selado entre Deus e os judeus; b) O Novo Testamento, celebrado entre Cristo e a Igreja. Sim, a lei civil da dispensação do Governo Humano vigora, ininterruptamente, de Noé aos dias de hoje. Prova bíblica: Ao Estado Deus delegou e delega poder para impor a ordem pública e manter a soberania nacional, valendo-se, inclusive, da força para atingir estes alvos. Neste caso, pode-se até executar os recalcitrantes, como, por exemplo, os que, à mão armada, reagem à voz de prisão (Rm 13.1-7). E parece-me que os evangélicos reconhecem como verdade o que hora afirmo. Uma das provas disso é o fato de nenhuma igreja evangélica se opor ao ingresso de seus afiliados (membros) nas Forças Armadas. Há evangélicos na Marinha de Guerra, no Exército, na Aeronáutica, e, inclusive, nas forças auxiliares de todas as Unidades da Federação: Polícia civil, polícia militar, polícia federal, polícia rodoviária, etc. Ora, sabemos que estes profissionais às vezes têm que matar, visando a manutenção da ordem pública, ou em defesa da soberania nacional. E quando, por exemplo, um policial evangélico executa um malfeitor que, à mão armada, reage à voz de prisão, não me consta que alguma igreja evangélica veja nesse gesto, motivo para excomungá-lo (ou excluí-lo) do rol de membros da mesma. Logo, Rm 13. 1-7 não é um novo mandamento dado aos cristãos, mas a perpetuação (ou manutenção) da autoridade conferida por Deus a Noé, e, por conseguinte, a todas as nações políticas, representadas por Noé, posto que, então, era ele, necessariamente, o cabeça da raça humana. Este poder régio que Deus outorgou a Noé, como representante das nações, além de ter vigorado durante a Lei, co-existindo (quanto ao tempo, não quanto à geografia) com a teocracia judaica, não expirou quando do estabelecimento do Novo Testamento. E Rm 13.1-7 é uma das provas disso. Sim, o poder conferido ao Estado desde Noé, deve ser respeitado, acatado, e mantido pela Igreja, porque, além de proceder de Deus, ainda está em vigor. Ademais, vigorará até que o Reino de Deus (refiro-me ao Reino Milenar) se estabeleça na Terra, quando então Deus firmará a sétima dispensação com as nações remanescentes, isto é, com as nações que sobreviverem à grande tribulação que está por vir.
É notável que desde o tempo de Noé nunca mais tem Deus tratado com alguém que represente a raça humana em sua totalidade, entregando-lhe novos termos duma aliança afeta a toda a humanidade. Por isso, desde os dias de Noé e até que chegasse o tempo de Deus dar novas leis à humanidade, essa aliança (com Noé) continuaria em vigor. Só no Milênio, sob o governo de Cristo, haverá outra aliança que substituirá a de Noé

       Todos, independentemente de sermos ou não cristãos, estamos na dispensação do governo humano; e os cristãos (e só os cristãos) estamos na dispensação da graça. Isto prova que: a) Uma pessoa pode estar sob duas ou mais dispensações, ao mesmo tempo; b) Dois contemporâneos podem não estar sob a (s) mesma (s) dispensação (ões); c) Dois contemporâneos podem estar sob uma ou mais dispensações em comum; d) O fato de dois contemporâneos terem dispensações em comum, não os impede de, simultaneamente, estarem debaixo de uma ou mais dispensações não comuns aos dois. Neste último caso se enquadravam os judeus e os gentios, durante a vigência da Lei: estes (e só estes) estavam sob a dispensação do governo humano; e aqueles (e só aqueles) sob a dispensação da Lei, ou seja, na teocracia.



Um comentário:

  1. muito bom pastor jànio , que o Eterno abençoes o senhor e sua família

    ResponderExcluir